Simulação sequencial gaussiana (SSG, ou seu acrónimo em inglês - SGS) é um tipo de simulação sequencial habitualmente utilizada no ramo da geostatística, e consequentemente, como processo de simulação ou estimativa sobre os nós de uma malha (ou grid) no qual cada um deles está condicionado aos restantes simulados anteriormente. O procedimento foi descrito por Deustch e Journel em 1992[1] e ganhou popularidade na década de 1990 devido à sua simplicidade e razoavelmente baixo tempo de computação.[2] Todo o processo deste tipo de simulação é desenvolvido em ambiente gaussiano e admite a hipótese de multi-gaussianidade (formalismo multigaussiano) para a variável que se pretende simular (Soares, 2006).[3]
Assumindo que temos uma amostragem referenciada espacialmente segundo o método de geoestatística e usando a mesma pretendemos fazer uma simulação sobre uma malha então estaremos a fazer simulação sequencial gaussiana seguindo o seguinte procedimento (Ashari et al., 2009)[4]:
Este procedimento pode ser repetido para múltiplas realizações dado que existem os dois passos de geração aleatória de uma simulação sequencial:
Seguindo este procedimento a SGS garante, para a maioria dos casos de estudo, a reprodução do modelo de variografia imposto e do histograma.
Geralmente sobre uma dada amostragem são feitas várias simulações. Dado que as simulações são equiprováveis (têm a mesma probabilidade de acontecer entre elas) o estudo é geralmente feito ao conjunto de simulações em detrimento das individuais calculando-se a média e variância para cada nó da malha. Na prática a média de um conjunto de simulações aproxima-se de uma estimação por krigagem (assumindo que os parâmetros usados são os mesmos) sendo tanto mais próxima quanto mais realizações forem feitas. A variância por outro lado indica quais as localizações na malha na qual existiu maior ou menor dispersão nos valores simulados.
Evidentemente o estudo de um conjunto de simulações não está limitado ao cálculo da variância. Dependendo do objectivo vários autores calculam o percentil, curtose ou simetria das distribuições em cada nó.
O método da simulação sequencial gaussiana necessita de uma transformação dos dados originais para ambiente gaussiano. Isto pode ser problemático em casos no qual o histograma da variável a simular é muito assimétrico tendo como consequência a dificuldade na reprodução do variograma (Soares, 2006).
A SSG pode ser utilizada em co-simulação a partir do método de co-simulação sequencial gaussiana que utiliza a co-krigagem com suporte ao cálculo da média e variância em cada nó da malha de simulação.
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